A Demissão De Cristiane Paquelet É Necessária.

Sempre admirei os que conseguiram ir a Jogos Olímpicos. É o coroamento da vida do atleta. Conheço Cristiane Paquelet há alguns anos e já conversamos diversas vezes sobres temas do esporte. Lembro-me bem da primeira vez que ela me contou de sua epopeia Olímpica, nos Jogos de Munique, em 1.972. Em certa ocasião, disse-me que havia sido a única mulher da delegação. Eu a admirava por esse feito atlético.

Fiquei realmente surpreso quando soube que tudo isso não era verdade.  Como seria possível alguém sustentar publicamente uma história dessa por tanto tempo, pensei eu? O fato é que a mentira contada e recontada anos a fio pode virar verdade, se não houver alguém para desmentí-la. E o caso Cristiane Paquelet, por um triz, não se eterniza como verdade.

A obra de Kátia Rubio é o mais completo acervo histórico que já se produziu sobre todos os atletas olímpicos brasileiros. Cristiane Paquelet foi entrevistada pela autora da obra, com gravação em vídeo, na qual, comprovadamente, narrou em detalhes sua aventura olímpica. Fiquei estarrecido ao saber que tudo aquilo não passava de invencionisse.

Como escreveu Juca Kfouri, o caso poderia, talvez, restringir-se aos consultórios de psicologia, não fosse a Cristiane Paquelet, museóloga, diretora cultural do Comitê Olímpico do Brasil (“COB”), responsável pelo selo cultural da entidade e, portanto, guardiã da nossa memória olímpica. Não posso e nem quero julgar eventuais distúrbios psicológicos que alguém possa ter, que resulte em atitudes dessa natureza. Isso tem que ser tratado por especialistas.  Mas, ainda assim, não é aceitável, sob nenhum aspecto, que alguém que tenha atuado dessa maneira, siga no cargo em que está. Se Cristiane Paquelet continuar responsável pela área cultural do COB, o posto restará inapelavelmente desmoralizado. O COB não poderá fingir que não viu e esperar que o assunto caia no esquecimento. Se o COB quer que se leve a sério seu departamento cultural e de memória, deve, imediatamente, agradecer a Cristiane Paquelet pelos relevantes serviços prestados e demití-la. Aliás, seria de muito melhor tom, se partisse da própria Cristiane Paquelet a iniciativa de entregar a sua carta de demissão. O salário que Cristiane Paquelet recebe no COB é pago com verbas da Lei Piva, dinheiro público, portanto. O COB está obrigado a posicionar-se perante a sociedade brasileira.

Não tenham dúvidas de que essa questão repercutirá mundialmente, em outros Comitês Olímpicos Nacionais e, sobretudo, no Comitê Olímpico Internacional. Será vergonhoso para o Olimpismo do Brasil não afastá-la de seu cargo.

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