Volto ao tema do novo estatuto do Comitê Olímpico do Brasil (“COB”). Novas regras, modernas e democráticas, espera-se, serão aprovadas na assembleia geral ainda em novembro. Atletas terão participação ativa no novo modelo, com voto igual aos dos presidentes das Confederações e aos dois membros do Comitê Olímpico Internacional (“COI”) no Brasil. A proposta de estatuto está sendo cuidadosamente elaborada, que está ouvindo diversos segmentos do esporte e de maneira que, sobretudo, esteja de acordo com todas as regras da Carta Olímpica.
Para que o novo modelo de administração dê certo é importante não fomentar a “luta de classes”, como se atletas estivessem de um lado e presidentes de confederações de outro. Se a mentalidade for essa, ficaremos empacados em discussões grosseiras, perdendo a chance de dar o grande passo transformador do esporte. Na nova assembleia geral do COB, é importante que cada integrante vote com independência e de acordo com as suas convicções. Que os debates sejam amplos e renovados, que cada um se sinta plenamente confortável para expor suas ideias, sem receio de retaliações. Isso vale para presidentes de Confederações e para atletas. Não podemos partir do princípio que haverá deliberações em bloco, dos atletas votando sempre juntos, ou dos presidentes de Confederações votando constantemente unidos, uns contra os outros. A assembleia geral do COB não é o Congresso Nacional, assim como os grupos dos atletas e dos presidentes de Confederações não são partidos políticos. É plenamente errada essa visão dicotômica e maniqueísta de dividir a plêiade do órgão maior do nosso Movimento Olímpico em grupos pré-definidos. A democracia cabal em assembleias gerais de órgão desportivos pressupõem a independência de seus integrantes. Inclusive porque, vários presidentes de Confederações foram, ou ainda são atletas e não seria correto argumentar o contrário.
O importante é que todas as Confederações também modernizem suas estruturas, que estejam bem representadas por pessoas competentes e que os atletas em atividade elejam seus melhores quadros para integrar a assembleia geral do COB. O esporte não comporta luta de classes, quando há democracia na sua gestão.
Alberto, isso funciona dependendo da quantidade de atletas que podem votar! Senão esquece.
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