Quando fui eleito ao Conselho de Ética do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fiquei contente. A felicidade foi ainda maior quando fui escolhido por meus Pares para presidir o Conselho. Um voto de confiança que me comoveu, em uma plêiade formada por pessoas qualificadas. Sinto-me honrado de ser o primeiro presidente do Conselho de Ética do COB. E tenho orgulho do trabalho que fiz. E a certeza de que tomei a decisório acertada quando deixei o Conselho, mantendo-me fiel aos meus princípios morais.
Fui um presidente democrático. Não tomava decisões isoladas. Ouvia, evidentemente, os Colegas que, não raro, tinham ideias melhores que as minhas. Era tudo novo. Era um momento único na história do Olimpismo brasileiro. Eu estava tendo a chance de colocar em prática, finalmente, muitas das coisas que há mais de dez anos propunha. Durante minha gestão, fiz questão que os Comitês de Integridade e Conformidade trabalhassem com liberdade. Nunca sugeri que fosse feito qualquer instrumento legal que submetesse as ações desses dois Comitês aos humores da presidência do Conselho de Ética.
Representei (e defendi) o Conselho de Ética (e o próprio COB) em inúmeros fóruns. Não recusei nenhum convite que me foi feito para divulgar o Conselho de Ética e a nova fase do COB. Estive em universidades, clubes, simpósios, congressos, associações de atletas, imprensa, certames esportivos, sempre divulgando e fortalecendo a imagem do Conselho de Ética.
Entre os projetos aos quais me empenhei, está o programa de enfrentamento e combate ao assédio moral e sexual no ambiente do COB. Trabalhei bastante com o então gerente de compliance do COB, William Evangista de Souza, para que colocasse em prática esse projeto. Em 30 de novembro de 2.018, William, gerente de compliance, circulou um e-mail confirmando que no dia 03 de dezembro seguintr seria lançada a Política de Enfrentamento ao Abuso Moral e Sexual e ao Assédio Sexual no ambiente do COB. Trabalhei bastante na minuta do documento. William, também. Ele tem muitos méritos pela implantação desse programa. O texto final da Política não foi exatamente o que propusemos, pois a diretoria excluiu alguns itens da nossa proposta inicial. Mas, claro, a implantação da Política era um avanço.
Tenho salvos e catalogados todas as mensagens que trocamos até que esse projeto fosse oficialmente lançado. Tenho tudo rigorosamente organizado, todas as comunicações, internas e externas, durante o período em que presidi o Conselho de Ética.
Evidente que quando decidi sair do Conselho de Ética, fiquei triste. Mas sai consciente de que estava fazendo a coisa certa e não tergiversando com meus princípios. As comunicações internas e externas que antecederam minha saída também fazem parte do meu arquivo.
Trabalhei muito para implantar e consolidar o Conselho de Ética. Dedicava muitas horas dos meus dias a fazer isso.
Alberto Murray Olímpico 