As Denúncias no Vôlei Continuam. E Nada Acontece.

Na semana passada o excelente Jornalista Lúcio de Castro deu mais um furo de reportagem, envolvendo a Confederação Brasileira de Vôlei (“CBV”). Se vivessemos em um país cujas questões do esporte e dinheiro público fossem tratadas de maneira séria, haveria muitos dirigentes daquela Confederação em palpos de aranha. As instituições democráticas da República já teriam agido com rigor. Mas o que nos parece é que os dirigentes estão pouco ligando para o que é denunciado e comprovado. E isso é assim porque eles têm segurança de que cada lhes acontecerá.

Nos últimos quase quarenta anos, a CBV teve apenas dois presidentes, Nuzman e Graça e um único vice, o Laranjeira. Por princípio, isso está longe de ser a tal “gestão modelo” que esses carolas do vôlei apregoam, o que não passa de um malfadado slogan de marketing. Dois presidentes e um vice em quarenta anos definitivamente está longe de ser um modelo democrático, ao contrário, é uma ditadura. E não existe “gestão modelo” sem alternância democrática no poder.

A cartolagem do vôlei escuda-se nos resultados das seleções nacionais para sustentar a existência dessa tal “gestão modelo”. Isso é um factóide, uma cortina de fumaça, que serve apenas para esconder a falta de democracia na administração daquela Confederação. Quem ganha medalhas e troféus são os atletas, nas quadras, assessorados pela equipe técnica. Os cartolas atrapalham, na medida em que essas comprovadas denúncias jogam os holofotes para cima dessa modalidade, suspeitas, o que pode afetar o desempenho dos atletas.

Desta vez, Lúcio de Castro comprovou que o genro do ex-presidente da CBV, Ary Graça, contrataou a empresa do próprio genro para confecção de camisas. A mesma empresa foi contratada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. É evidente o conflito de interesses. A CBV recebe repasses de dinheiro do orçamento da União Federal e patrocínio vultoso do Banco do Brasil S.A.

É difícil compreender como o governo consegue ser tão leniente quando em sua frente são apresentadas provas incontestáveis de ações suspeitas feitas com o dinheiro público.

As investigações e a auditoria na CBV devem começar em 1.975 e vir até a data de hoje. E essa auditoria deve ser pública e independente, cujos resultados devem ser de amplo conhecimento da sociedade.

Desse jeito, dá a impressão de que o governo tem medo dos cartolas, tem rabo preso com eles.

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