Algumas entidades desportivas anunciaram a suspensão da Rússia, que ficará impossibilitada de enviar representações aos torneios por ela organizados. A decisão é acertada. A de maior impacto é, por enquanto, a da FIFA, que implica a não participação da Rússia na Copa do Mundo de futebol. Quem tiver qualquer poder, por menor que seja, de retaliar a Rússia, deve fazê-lo. Claro que o ditador Putin não vai parar sua incursão sobre a Ucrânia porque a seleção de seu país estará fora de competições internacionais. Putin não está nem aí para isso. Mas é mais uma maneira que o mundo tem de demonstrar sua rejeição à guerra.
Espero que as organizações esportivas mantenham-se firmes, corajosas e que não recuem dessa decisão. Pelo que já fez até agora, a exclusão da Rússia é mais do que justificada. E que as organizações esportivas não hesitem. Não poderão admitir que as delegações russas estejam representadas pelo seu Comitê Olímpico, ou Federações nacionais. A Rússia fica fora e ponto final.
E os atletas russos que, em tese, não têm culpa? Paciência. Os atletas russos terão que pagar pelos atos genocidas de seu líder. Tem que ser assim. A reação contra a Rússia tem que ser firme e decisiva.
Excluir a Rússia do cenário esportivo mundial não tem nenhuma relação com os boicotes de 1.980 e 1.984 Sempre fui contra aqueles boicotes. Naquelas ocasiões o mundo não estava em guerra. A invasão da ditadura comunista soviética ao Afeganistão, em dezembro de 1.979, não se parece em nada com a guerra promovida pela Rússia de hoje.
O mundo do esporte (que pertence aos atletas) deve dar uma clara mensagem de que não tolera a tirania. Que a prática desumana da Rússia de Putin não encontrará guarida no Movimento Olímpico (aliás, o mundo do esporte deveria abster-se de bajular ditaduras).
O Olimpismo é o meio de entendimento dos povos por meio do esporte, da cultura, do meio ambiente e da tolerância. Tudo que a Rússia de Putin despreza.