Em reunião havida hoje na Coréia do Sul, o Comitê Olímpico Internacional (“COI”) anunciou a revogação completa da suspensão que havia sido imposta ao Comitê Olímpico Brasileiro (“COB”), depois da prisão de Carlos Arthur Nuzman. A prisão de Nuzman sob suspeita de comandar um esquema de compra de votos em favor da candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos de 2.016 é o pior momento da história do Movimento Olímpico do país. Será uma marca negativa indelével na história do nosso esporte.
Ao assumir a presidência do COB nessas circunstâncias, Paulo Wanderley tinha como primeiro desafio revogar essa suspensão imposta pelo COI. E para isso teria que agir rapidamente. O novo presidente seguiu o caminho correto. Fez o que era necessário e adotou medidas relevantes que eram pedidas há muito tempo pela comunidade do esporte (entre oz quais, modestamente, este Blog). Renovou o estatuto, democratizando as suas estruturas, criando regras de integridade, deu voz e voto à Comissão de Atletas, criou os Conselhos de Administração e Ética e tornou o Conselho Fiscal um poder desvinculado da presidência. Também, rapidamente, cortou custos, dispensou pessoas que ganhavam super salários, enxugou a máquina administrativa e determinou a mudança da sede do COB para o Parque Aquático Maria Lenk (que já é administrado pelo COB), abandonando a nababesca sede atual, alugada. Abriu diálogo direto com Confederações, Atletas, imprensa e segmento esportivo, coisa que antes era difícil, quiçá impossível, de ocorrer. Convocou eleições e sinalizou claramente ao COI que o passado nefasto seria substituído por novos ares. Essas medidas práticas, implantadas rapidamente, deram segurança ao COI para cancelar a suspensão ao COB e isso é um enorme passo adiante para resgatar a credibilidade do nosso Movimento Olímpico. Meus cumprimentos a todos que colaboraram para que essas medidas renovadoras fossem tomadas com a rapidez que o momento exigia. Atletas, Confederações, entidades e pessoas contribuíram e merecem reconhecimento.
Que o caminho a ser seguido continue sendo esse, da democracia, do debate, do diálogo, da possibilidade que cada um tem de expressar suas ideias, tudo, sempre, com o objetivo de melhorar a condição dos nossos Atletas, que é a razão de tudo isso existir.
Durante muito tempo fui crítico severo daquilo que julgava funcionar mal e apontei sugestões para melhorar. Quando essas mudanças finalmente ocorrem, fico muito confortável em elogiar os responsáveis por elas.