Parabéns aos canoístas da seleção nacional que se recusaram a competir no evento teste, no Rio de Janeiro.
Quem me acompanha por aqui, ou pelo Twitter @albertomurray sabe que, por mais de uma vez, sugeri que os atletas fizessem greve para conter desmandos da cartolagem. A ação é simples. Os atletas deixam de competir quando se sentirem lesados, não tiverem sido pagos, tiverem descumprido os contratos com eles, quando não houver diálogo, quando estiverem sendo ludibriados. Os atletas são a razão de tudo existir. Sem eles não há nada. É necessário, portanto, que eles tenham plena noção do que representam, da relevância e da força que têm. É essencial que permaneçam unidos sempre que um movimento de greve for disparado. Do mesmo jeito que fizeram os canoístas.
N caso da canoagem, os cartolas têm uma versão, os atletas outra. Acho que para os atletas chegarem ao ponto extremo de não competirem em um evento teste aos Jogos Olímpicos, é porque se esgotaram todas as possibilidades de diálogo com a Confederação Brasileira de Canoagem. Inclino-me a crer que os atletas têm razão nessa contenda. E tenho certeza de que a greve dos atletas vai esclarecer as coisas.
Vamos lembrar que anos atrás, foi a greve dos principais atletas do tênis que, recusando-se a competir, puseram fim ao constestado reinado de Nelson Nastas na Confederação Brasileira de Tênis. Lembro-me que nessa ocasião, enquanto os tenistas protestavam, em uma reunião do Comitê Olímpico do Brasil, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis esbravejava que aquela atitude dos atletas deveria ser repudiada. Nuzman tomou a palavra e concordou com Nelson Nastas, dizendo “imaginem, por exemplo, se os jogadores de basquete do Grego resolvessem não entrar em quadra.” (Grego era o presidente da Confederação Brasileira de Basquete).
Ou seja, greve de atleta mete medo em cartola.