Durante toda campanha presidencial nenhum dos candidatos fez qualquer menção ao esporte. Isso mostra, novamente, que esse segmento não é prioridade dos políticos, não está na agenda dos partidos. Para eles, política de esporte é sediar copa do mundo, olimpíada e ponto final.
Embora tenha havido várias manifestações de importantes colunistas e atletas chamando a atenção dos presidenciáveis para a questão do esporte, todos eles deram de ombros e fizeram como se ele não existisse.
Não acredito que o mandato renovado de Dilma Rousseff traga notícias alvissareiras para o esporte. Não somente porque seu governo já demonstrou não ter vontade de criar uma política de Estado para o setor, investindo na base, aliando-a à educação e à saúde como elementos formadores da grandeza do País, mas porque ela também já deixou claro que precisa do Ministério para fazer barganhas políticas. E essa situação agrava-se no momento em que o seu próprio partido da presidenta diz que sua relação com o Congresso será difícil. Mais do que nunca ela necessitará do Ministério do Esporte e de tantos outros para entregar aos políticos matreiros em troca de votos no Congresso.
O PC do B já mostrou absoluta incompetência em conduzir as coisas do esporte, que nunca foi tão elitizado no Brasil como agora. O Ministério do Esporte é um mero repassador de dinheiro, sem política, sem proposta para o setor. Vangloriam-se de terem trazido para o Brasil a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, enquanto apenas doze por cento das escolas públicas do País têm quadras de esporte e, ainda assim, em situações muito precárias.
Ainda que o Ministério do Esporte seja terceirizado a outro partido que não o PC do B, o que vislumbro é a escolha de um político profissional que não entende nada do assunto, mais preocupado com sua promoção pessoal e com as próximas eleições, do que com a massificação e democratização do esporte em nosso País.
Qualquer coisa diferente disso será uma surpresa.