José Cruz já havia abordado o tema durante a semana, publicando a carta de uma paratleta que suplica o recebimento do Bolsa Atleta. Hoje são Msrcel Merguizo e Paulo Roberto Conde quem escrevem, na Folha de São Paulo, sobre o não pagamento do Bolsa Atleta há três meses. São mais de 5.600 atletas que estão prejudicados com a falha do Governo.
Pior do que o não pagamento, é a recomendação ridícula que o Ministério do Esporte dá aos atletas. Pede o Ministério que os atletas programem melhor a utilização do dinheiro para que quando houver atrasos, eles possam usar as reservas.
Quem tem que se programar melhor é o próprio Ministério do Esporte, de forma que não permita que esse tipo de situação ocorra. O atraso do Bolsa Atleta é mais uma prova da incompetência do Ministério do Esporte, dentre tantas outras. Não importam as razões, o Governo não pode cometer esse tipo de falha. Se o Governo propõe-se a, todos os meses, destinar a certos atletas determinada quantia em dinheiro para auxiliar na sua preparação, aos atletas cumpre acreditar nas promessas do Governo e planejar suas ações contando com esse dinheiro. A parte do Governo nessa equação é pagar em dia. Governo não é Casa da Mãe Joana.
De qualquer forma, é sempre bom lembrar que Bolsa Atleta está longe de ser a solução dos sérios problemas do esporte brasileiro.
Se o Governo é ruim em pagar em dia o Bolsa Atleta é muito pior em estabelecer uma política de Estado para o Esporte do País.
Bolsa Atleta, Bolsa isso e Bolsa aquilo são meros paliativos que podem ajudar pontualmente. Mas não será por esse caminho que construir-se-ão bases sólidas para o desenvolvimento desportivo do Brasil.
O maior problema do Governo é achar que ao colocar em dia o Bolsa Atleta resolvidas estarão as questões do esporte.