27/08/2013
Promessa para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 deixa o Brasil
A atleta, de 13 anos, treinava em Brasília, onde conquistou quatro recordes juvenis. Apesar dos bons resultados, não conseguiu patrocínio
Braitner Moreira – Correio Braziliense
Majda Chebaraka resolveu aceitar o convite da Argélia para que defenda o país africano
O Brasil perde, hoje, uma das principais promessas de medalha das próximas edições dos Jogos Olímpicos. Ao meio-dia, Majda Chebaraka, 13 anos, embarca para a Argélia, depois de morar em Brasília por quatro anos. Estudando e treinando na capital do país, a atleta estabeleceu quatro recordes juvenis e se transformou no nome de mais destaque da geração anos 2000.
Sem apoio financeiro nem logístico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a pequena sai com a promessa — feita pelo ministro do Esporte argelino, em visita a Brasília para conhecê-la — de um programa específico de treinamentos para que defenda a Seleção do norte africano.
Sem querer
Majda deixa o Brasil na esteira do encerramento da missão diplomática do pai no país. “Saio com um apertozinho no coração”, lamentou a tímida garota, ontem à tarde. O último treinamento à beira do Lago Paranoá ocorreu no clube da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), mais uma vez sob o comando do professor Hugo Lobo, treinador da Seleção Brasileira entre 1996 e 2007. Nessa sessão derradeira, a touca verde-amarela que ela gostava de vestir ficou de lado. “Já deixei embalada para levar comigo”, contou.
O acessório que Majda pretendia utilizar quando fosse convocada para a Seleção Brasileira de natação está guardado em uma das 17 malas que a família Chebaraka vai despachar. A viagem para a Argélia vai durar 28 horas, tempo dividido entre o avião e o aeroporto. Mas um possível retorno está na cabeça da menina. A meta é voltar ao país para disputar as Olimpíadas do Rio, em 2016: “É só treinar, treinar, treinar. Eu amo isso aqui, não vou conseguir esperar a hora de pular na água outra vez”.
A promessa é de que ela terá um programa específico de treinamentos
À francesa
Mesmo focando no treinamento de base nestes primeiros anos de carreira, Majda coleciona boas marcas. Ela detém os recordes juvenis nacionais em quatro provas: 100m, 200m, 400m e 800m livre, contra adversárias mais velhas. “A Majda poderia ter sido a maior promessa brasileira da natação feminina nas Olimpíadas do Rio”, apontou Hugo Lobo, responsável por descobrir a menina.
“É de se lamentar que o Brasil não tenha interesse no talento juvenil. Só mesmo depois de conseguir medalhas é que há apoio”, lamentou Lobo. O Brasil jamais conquistou uma medalha olímpica na natação feminina. Mesmo com os resultados de Majda, ela não conseguiu nenhum patrocínio enquanto nadou em Brasília. Todos os custos de treinamentos e competições eram arcados pela família.
O Exodo esportivo continua não somente na natação, mas também na ginástica, judo, etc. Se queremos mudanças para a nossa classe esportiva vamos ter que brigar muito para conseguir o que almejamos. O governo não vai nos dar nada de bandeja. Vamos a luta!
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Gente, estão super valorizando essa menina, com os tempos q ela tem, temos muitas outras e legitimas brasileira, ela é o 4 tempo do Brasil no 100L, e com 13 anos tem q esperar a maturação que muda bastante as meninas nessa idade.
Vamos valorizar nossa base num todo, não só pq ela é filha de fulano.
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Acho que não se trata apenas de super valorizar ou dela ser filha de fulano ou não, se trata das nossas autoridades esportivas não prestarem atenção em futuras promessas para o Brasil!! Ela e outros atletas tbem talentosos deveriam a partir do juvenil já receberem um tratamento diferenciado para almejarem estar numa final ou podium olímpico!!! E isso com certeza não se faz sómente com 1 ou 2 anos de trabalho.
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